or: Alunos: Pedro Alvarenga e Thayná Trindade
Postagem: 09:30 12/04/2016
INTRODUÇÃO
O poder e
construção de memória coletiva dos veículos de massa é incalculável. Os
textos, falas e sobretudo as imagens produzidas pela máquina midiática
capitalista ocidental literalmente construíram toda a percepção de mundo
do sujeito contemporâneo. Por isso países como os Estados Unidos da
América dão tanta importância e poder aos grupos midiáticos. A imprensa e
a indústria do entretenimento (não que hoje em dia ainda haja algum
tipo de diferença entre as duas) é conhecida como o terceiro poder. Mas
que essa ordem não seja entendida como de grandeza ou influência. Não
raro o poder da mídia extrapola a legalidade dos poderes democráticos.
O
problema que intentamos em tratar passa por um dos pontos mais
sensíveis da historiografia: A percepção história como uma construção
contemporânea. O trabalho de um historiador é, entre tantas outras
funções, criar narrativas que representem a visão de um povo em
determinada época sobre determinado acontecimento, objeto, ou sociedade
de outra época e local. Mas esse recorte essencial é, na maioria das
vezes, ocultado pela própria narrativa historiográfica e tende a se
colocar como verdade. Isso no campo da pesquisa acadêmica. No campo da
mídia a questão é ainda mais grave. A indústria do Cinema norte
americana produziu em um século mais distorção na percepção histórica do
ocidente do que toda a escrita etnocêntrica dos quinze séculos
anteriores. E tudo isso sob a chancela de “produto de entretenimento”.
Na
lógica da dominação cultural, é importante que a cultura que se impõe
elimine a possibilidade de resistência do outro eliminando tudo que
possa ilustrar sua visão de mundo, sistema social e, mesmo sua
identidade.
O caso do povo egípcio, nosso objeto de estudo, é um
dos maiores exemplos desse processo de apagamento e falseamento da
existência histórica de toda uma sociedade. Sendo impossível negar a
existência do povo egípcio e sua sociedade extremante complexa e rica
tecnologicamente, resta roubar suas descobertas e fazer com que a imagem
que se tem deles não seja tão diferente da imagem que os europeus
(desde os romanos) tinham de si mesmos.
Foram os antigos egípcios
que inventaram, entre milhares de outras maravilhas tecnológicas, uma
das primeiras mídias portáteis do mundo, o papiro. Não por caso
Alexandria tinha uma das maiores bibliotecas do mundo antigo – destruída
num incêndio que até hoje geram controvérsia entre os historiadores,
mas cuja versão mais popular da narrativa diz ter sido proporcional,
logo pós a conquista da cidade pelos árabes em 642 d.c. Mas os livros de
história ocidentais nos dizem que Calímaco, um grego, foi o responsável
por criar o primeiro sistema de catalogação de arquivos, muito similar
ao adotado por Roma e por todo o ocidente moderno. Esse sistema, na
realidade, é apenas uma adaptação do que era usado na biblioteca de
Alexandria, cidade visitada por Calímaco.
A imagem do Egito antigo
que temos no senso comum do ocidente contemporâneo é tão artificial que
uma criança dificilmente associa o Egito ao seu continente, a África.
Aliás, que eu me lembre de colégio, a história do Egito é ensinada em
separado da história do resto da África (quando essa é ensinada).
O
povo do Egito antigo era negro. Diversos textos antigos (gregos e
árabes) assim os relatam. Na historiografia moderna porém, esses textos
são ignorados. O processo de construção de uma imagem eurométrica do
povo egípcio se dá de forma maquínica: Os relatos históricos apagam as
menções à negritude dos egípcios; a arte, a literatura e a mídia
ocidentalizam sua imagem (embranquecem a pele e normativizam suas
relações sociais pelo padrão europeu); sua existência enquanto povo é
dissociada da África.
O EGITO NEGRO
Cheikh
Anta Diop (1923 – 1986), historiador, filósofo, antropólogo e político
senegalês, foi o principal responsável por trazer a discussão da origem
da raça e da civilização egípcias. Seu livro Nations nègres et culture: De l’antiquité nègre égyptienne aux problèmes culturels de l’Afrique Noire d’aujourd’hui (Nações
negras e cultura: Da antiguidade negra egípcia aos problemas culturais
da África negra de hoje, em tradução livre) publicado em 1954 e ainda
sem tradução completa para o português, o autor argumenta, com base em
diversos textos antigos (de autores bíblicos a documentos gregos), obras
de arte egípcias de diversos períodos, análises comparativas
(totemismo, circuncisão, realeza, cosmogonia, organização social,
matriarcado – cada item em um capítulo), argumentos linguísticos (como,
por exemplo, a existência de um termo próprio pelo qual o povo egípcio
se representava, KMT, que significaria preto/do carvão), e estudos
históricos e antropológicos sobre o povoamento da África a partir do
vale do Nilo. Essa discussão ocupa todo a primeira parte do livro e não
deixa dúvidas sobre a negritude do povo egípcio. Mas, mesmo sendo parte
da coleção História Geral da África, o trabalho de Cheikh é
academicamente sabotado em quase todo o mundo, como acontece com vários
autores negros e terceiro-mundistas.
Cheikh já inicia seu texto
com o argumento base de sua defesa da negritude do povo egípcio. Com
base nas descobertas mais atuais da antropologia física nos anos 1950, o
autor argumenta:
Portanto, se a humanidade teve origem nos
trópicos, em tomo da latitude dos Grandes Lagos, ela certamente
apresentava, no início, pigmentação escura, e foi pela diferenciação em
outros climas que a matriz original se dividiu, mais tarde, em
diferentes raças; havia apenas duas rotas através das quais esses
primeiros homens poderiam se deslocar, indo povoar os outros
continentes: o Saara e o vale do Nilo.”
A aceitação da hipótese da
origem monogenética da humanidade leva Cheikh a investigar o
estabelecimento das primeira comunidades humanas ao redor do vale do
Nilo e seu desenvolvimento até a formação da sociedade egípcia.
Figura 1 Um faraó da I dinastia egípcia. Segundo J. Pirenne, tratar-se-ia de Narmer, o primeiro faraó da História. (Fonte: C. A. Diop. 1967. pr. XVI.)
Após apresentar uma longa série de argumentos dos mais
diversos autores que participaram do congresso Pan-Africano de Pré
História, realizado em Adis Abeba em 1971, e outros tantos estudos de
pesquisadores europeus e norte americanos, Cheikh conclui que o
fundamental em todas elas é que, mesmo com discordância em algumas
datações e na localização precisa do povoamento humano de certas épocas,
o alto grau de convergência dos estudos prova que a base da população
egípcia do período pré-dinástico era negra. Sendo falsas as teorias de
que o elemento negro teria se infiltrado de modo tardio no Egito.
“os
fatos provam que o elemento negro era preponderante do princípio ao fim
da história egípcia, particularmente se observarmos, uma vez mais, que
“mediterrânico” não é sinônimo de “branco”; estaria mais próximo da
“raça morena ou mediterrânica” de Elliot?Smith. “Elliot?Smith
classifica esses protoegípcios como um ramo do que ele chama raça
morena, que corresponde à ‘raça mediterrânica ou euro?africana’ de
Sergi . O termo “moreno” neste contexto refere?se à cor da pele e é
simplesmente um eufemismo de negro. Assim, fica evidente que toda a
população egípcia era negra, com exceção de uma infiltração de nômades
brancos no período protodinástico.”
O elemento branco no genoma
humano é tardio, mas existem varrições na pigmentação humana desse antes
de seu surgimento. Ou seja, um negro com tom de pele mais claro não
tem, necessariamente, componentes europeus no sangue. Assim, Cheikh
defende a negritude genética do povo egípcio. Seus argumentos passam por
análises e testes de dosagem de melanina feitos em algumas múmias nas
quais foram encontrados tecidos de pele; medidas osteológicas; grupos
sanguíneos e se estendem por mais de 200 páginas. Mas há ainda a questão
da formação cultural.
Longe de uma ideia e purismo, o autor
admite que a cultura egípcia se formou num caldeirão de influências até
ser ela própria a maior influência cultural e política de toda a África.
“O
clima relativamente úmido no final do Neolítico e durante todo o
período pré-dinástico, que assistiu à formação da civilização no Egito,
tornou o deserto árabe, entre o mar Vermelho e o vale do Nilo,
permeável, por assim dizer. Foi por esse caminho, sem dúvida, que as
influências mesopotâmicas cuja importância, aliás, talvez tenha sido
superestimada – penetraram no Egito.”
Cheikh admite que, por falta
de interesse, poucos estudos foram realizados para estudar os contatos
do Egito com as culturas do Saara no período pré-dinástico (fim do
neolítico). Mas que a inscrição de certos símbolos nas paletas
protodinásticas permitem supor similaridades entre os povos do vale do
Nilo e do deserto Líbio.
As partes mais interessantes dessa parte
do livro são as seguintes que tratam das várias referências de autores
da antiguidade clássica aos egípcios. Mostrando uma erudição rara,
Cheikh, cita vários autores da antiguidade em passagens referentes ao
povo egípcio. Heródoto, Aristóteles, Sêneca, Luciano, Apolodoro,
Ésquilo, Estrabão, Diodoro, Diógenes Lércio, Amiano Marcelino e outros.
Todos eles se referindo ao povo egípcio como negro.
Das citações destacamos algumas mais pungentes:
“Aqueles
que são muito negros são covardes, como, por exemplo, os egípcios e os
etíopes. Mas os excessivamente brancos também são covardes, como podemos
ver pelo exemplo das mulheres; a coloração da coragem está entre o
negro e o branco”
Arítóteles, Fisionomia – Livro VI
“Egito conquistou o país dos homens de pés negros e chamou?o Egito, a partir de seu próprio nome.”
Apolodoro, século I antes da Era Cristã, Livro II, A família de Ínacos.
“Os
etíopes dizem que os egípcios são uma de suas colônias, que foi levada
para o Egito por Osíris. Eles afirmam que, no começo do mundo, o Egito
era apenas um mar, mas que o Nilo, transportando em suas enchentes
grandes quantidades de limo da Etiópia, terminou por colmatá-lo e
tornou-o parte do continente (…). Acrescentam que os egípcios receberam
deles como de seus autores e ancestrais a maior parte de suas leis”
Diodoro, História Universal. Livro III
O autor cita ainda Homero para atestar a antiguidade e importância da civilização etíope.
figura 2 Ramsés II e um Batutsi moderno. (Fonte: C. A. Diop. 1967. pr. XXXV.)
Figura 3 A Esfinge, tal como foi encontrada pela primeira missão científica francesa no século XIX. Presume-se que esse perfil, tipicamente negroide, represente o faraó Khafre ou Quéfren (cerca de -2600, IV dinastia), construtor da segunda pirâmide de Guizé. O perfil não é nem helênico nem semita: é bantu. (Fonte: C. A. Diop. 1967. pr. XIX.)
No
capítulo seguinte, Cheikh desenvolve um sofisticado estudo linguístico
para analisar como o povo egípcio se referia a si mesmo no que tratava
de raça e cor. Do qual destacamos a parte que se refere a palavra KMT.
Segundo
Cheikh, os egípcios tinham apenas uma palavra para designar a si mesmos
nos textos faraônicos: = KMT que significaria “os negros”, um plural. O
sentido da palavra é literal, vez que esse é o termo mais forte
existente na língua faraônica para indicar a cor preta; assim, é escrito
com um hieróglifo representando um pedaço de madeira com a ponta
carbonizada.
Essa seria a origem etimológica da importante raiz
kamit. Dela teria se derivado a raiz bíblica kam. O autor observa que na
língua egípcia, o plural é indicado a partir da junção de um adjetivo
ou de um substantivo ao feminino singular. Assim, KMT, do adjetivo = km =
preto, significa precisamente “negros”, ou, pelo menos, “homens
pretos”. A palavra é um coletivo que descrevia o conjunto do povo do
Egito faraônico como um povo negro.
Figura 4 Representação proto?histórica de Tera?Neter, um nobre negro da raça dos Anu, primeiros habitantes do Egito. (Fonte: C. A. Diop. “Antériorité des Civilisations Nègres: Mythe ou Realité Historique?”. Paris, Présence Africaine, 1967. pr. XIV.)
Figura 5 Zoser, típico negro, faraó da III dinastia, inaugurou a grande era da arquitetura em pedra revestida: a pirâmide em degraus e o complexo funerário em Sacará. Em seu reinado, todas as características tecnológicas da civilização egípcia já estavam desenvolvidas. (Fonte: C. A. Diop. 1967. pr. XVII.)
TRADIÇÃO DE EMBRANQUECIMENTO
Se
a assimilação do estilo e o apagamento da identidade física são um
lugar comum nas relações de dominação cultural em todos os povos, o
embranquecimento se tornou regra no ocidente a partir do renascimento a
partir do final do séc. XIV. Era regra que todas as representações
(mitológicas, bíblicas, oníricas) fossem contemporanizadas. Assim,
séculos mais tarde quando o orientalismo fascinou toda a Europa, os
cânones fizeram com que surgissem toda a sorte de odaliscas brancas como
polacas. Já no século XX, com o cinema Hollywoodiano se afirmando, as
grandes narrativas bíblicas e histórica não podiam contar com atores
negros, uma vez que à esses sequer era permitido serem artistas. Não que
isso preocupasse um diretor como D. W. Griffith. Mas o fato é que
Hollywood foi, em pouco mais de um século, responsável por criar a
imagem de Egito que temos hoje: Exoticamente branco.
Egito Antigo e Suas Representações na Contemporaneidade Midiática.
No
mundo do cinema e da televisão, olhamos para a tonelada de
protagonistas brancos com normalidade porque essa é a norma das
produções – a história de personagens brancos é o “padrão”. Atores
não-caucasianos possuem uma lista muito pequena de tipos de personagens,
muitas vezes estereótipos, da qual escolher.
No século XX as
produções midiáticas acerca do Egito Antigo tendem a retratar o povo
egípcio como tendo sido uma população predominantemente branca. Essa
tendência não começou no século XX, mas foi durante ele que essa
referência imagética de um “Egito branco” prevaleceu na cultura e na
mentalidade contemporânea. E mesmo no século XXI, ainda vemos filmes,
novelas, desenhos, etc., retratando os faraós sempre brancos, a nobreza
egípcia sempre branca, o grosso da população sendo branca, e quando há
negros e pardos, estes geralmente são camponeses ou escravos.
Figura 6: Filme: Êxodos: Deuses e Reis
Há quem diga com bastante cinismo que pensar num Antigo Egito Negro é ‘’tudo confusão com os núbios’’ -uma civilização negra também próxima ao Nilo.- ”não eram negros, mas brancos de pele morena. ”. Parece
coisa do século XIX, mas não é. Um erro dessa natureza e magnitude não
acontece por má fé ou ignorância, só a irresponsabilidade intelectual e o
racismo explicam. Com o mito desse ‘’Egito Europeizado” criado e
manipulado por Hollywood e dado como aceito durante anos, dificultou-se a
desconstrução e a real representação dos povos egípcios.
- Produções cinematográficas recentes e a perpetuação do embranquecimento egípcio:
Recentemente
a discussão sobre o embranquecimento das produções hollywoodianas
chamou a atenção da mídia especializada. Esse é um assunto que abrange
desde a mudança de etnia de personagens, até o uso do chamado
“blackface” – quando um ator branco passa por uma mudança estética para
parecer de outra etnia. Desde a sua formação, Hollywood e demais
produções mundiais vem usando desses mecanismos em seus filmes e
projetos. E a partir disso, uma breve análise sobre essas recentes
produções e o porquê de sua ilegitimidade e manutenção de falsas
informações.
Figura 8 Filme: Deuses do Egito
Além de usurpar e modificar a história egípcia, foi necessário embranquecer também os seus sujeitos. Nos filmes em Êxodo: Deuses e Reis, Os 10 Mandamentos e o mais recente Deuses do Egito,
os personagens são majoritariamente brancos e com sua história
nitidamente distorcida. As três produções citadas acima, tratam o Egito
como uma localidade exterior à África (Apesar de estar naquele
continente), mantendo uma plasticidade totalmente ultrapassada, com
personagens que mantém estereótipos e velhos clichês totalmente
machistas.
O que acontece em todas essas produções não é nenhuma
novidade, o racismo não precisa inventar a roda. Os personagens
masculinos retratando antigos egípcios como grandes guerreiros, quase
sempre são blackfaces como é o caso do novo Ramsés de Ridley Scott em Êxodo: Deuses e Reis.
O ator escalado para o papel é ninguém menos que Joel Edgerton que é
loiro de olhos azuis. A solução foi reeditar a maquiagem usada pelo
russo Yul Brynner em Os dez mandamentos (Americano), com muita
cobertura de pele para sugerir o bronzeado de quem passa muito tempo
tomando sol, jamais um tom de pele indiscutivelmente negro.
Também
é esperado que o faraó seja amargurado e invejoso, jamais um grande
estadista e estrategista. Contra o único deus possível, à imagem e
semelhança de um homem branco, um líder negro se torna herege, um
perdedor. Por outro lado, também é quase certeza que a educação egípcia
de Moisés seja menosprezada, algo que está em completa oposição ao deus
verdadeiro. As entidades egípcias e sua influência precisam ser
destruídas, pelo menos em tese, para que apareça um novo deus em quem se
pode acreditar.
Para Hollywood também é perfeitamente possível
que a realeza egípcia seja branca, enquanto assassinos, ladrões e
populares são negros, vide Êxodo: Deuses e Reis. O que está por
trás dessa manobra é a ideia de que a nobreza egípcia não poderia ser
africana mesmo que inexistam evidências de que a origem desses
indivíduos, nobres ou plebeus, esteja fora da África. Aliás, ainda que
se reconheça que nessa sociedade pessoas de diferentes tons de pele
conviveram, não há registros de que houvesse qualquer segregação
motivada pela cor da pele.
As antigas mulheres egípcias são todo
um caso à parte, tanto no cinema e na televisão. Sempre muito brancas,
de acordo com um padrão de beleza eurocêntrico, delicado como porcelana.
No contexto de uma civilização do deserto, a sugestão sexista é a de
que o território da mulher não a cidade e que seu papel político seja
diminuído e resumido a intrigas motivadas pelo amor e pela paixão ao
exemplo de Nefertari – Uma das maiores rainhas egípcias parece não ter
nada mais a fazer do que sentir ciúmes de Moisés, como acontece com
muitos personagens do “Dez Mandamentos.
Figura 7 Filme: ”Os 10 Mandamentos.”
Hollywood
e suas vertentes, não mudaram sua concepção e não fizeram questão de
perceber que o mundo a sua volta modificou e, que falhas não passarão
desapercebidas ou sem algum tipo de problematização. O Egito
Hollywoodiano está mais para mitologia Grega e as produções nacionais
(Rede Record e associados) mais para o filme 300. Com total ausência de
pesquisa séria, que retratem a verdadeira face do Egito Antigo.
Figura 9: Atriz Gina Torres, interpretando Cleópatra na série Xena
CONCLUSÃO
É
importante empreender a revisão histórica e a desconstrução dessa
imagem forjada midiaticamente pelo imperialismo branco, não só no que
diz respeito ao Egito antigo mas a todas os povos africanos, orientais e
sul americanos. A valorização acadêmica dos pensadores que se dedicaram
a isso também é importante. Não podemos depender unicamente do esforço
monumental de pensadores como Cheikh Anta Diop, é preciso que haja uma
rede de pensadores que trabalhem essa desconstrução cotidianamente nas
salas de aula, nas produções midiáticas e em suas pesquisas.
FONTES:História geral da África, II: África antiga / editado por Gamal Mokhtar. – 2.ed. rev. – Brasília : UNESCO, 2010. 1008 p.
DIOP, Cheikh Anta – Nations nègres et culture: De l’antiquité nègre égyptienne aux problèmes culturels de l’Afrique Noire d’aujourd’hui, 1954, Paris, Editions Présence Africaine,
http://www.collantsemdecote.com/embranquecimento
http://seguindopassoshistoria.blogspot.com.br/2015/11/egito-negro.html
http://www.nehmaat.uff.br/revista/2013-2/artigo06-2013-2.pdf
http://virgula.uol.com.br/tvecinema/exodus-novo-filme-de-ridley-scott-e-acusado-de-promover-embranquecimento-e-relegar-atores-negros-papeis-de-escravos-e-bandidos/
http://phoneia.com/pt/acusado-de-racismo-e-branqueamento-premeditado-para-exodus-por-ridley-scott/
http://www.snh2015.anpuh.org/resources/anais/39/1450199856_ARQUIVO_raisasagredoanpuh2015.pdf
http://unesdoc.unesco.org/images/0019/001902/190250POR.pdf
// um trabalho tão bom merecia referências web mais bem escritas (vejam formatação)
Alunos: Pedro Alvarenga e Thayná Trindade
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Fonte: HISTÓRIA DAS ARTES VISUAIS 1blog da disciplina
Fonte:http://www.ceert.org.br/noticias/historia-cultura-arte/11132/o-embraquecimento-historico-do-egito-antigo