Por Leopoldo
Vaz • quarta-feira, 22 de outubro de 2014 às 11:15
Mestre
Baé ligou onte-ontem para falar de suas atividades atuais. Que estava indo com
regularidade para o Piauí… falamos um pouco sobre a Capoeira naquele estado e
ele informou que era recente a sua inclusão entre as atividades do lúdico e do
movimento por lá. Disse a ele que não, que a Capoeiragem no Piauí é irmã da do
Maranhão, e que desde os meados dos 1800 já se tem notícias dela por lá…
Fui
buscar o que tinha e acabei passando dois dias pesquisando e escrevendo; e
agora compartilho com o Baé, e vamos nos ater a aprofundar essa História. Já
mandei a ele um artigo – postagem anterior – e agora o ‘anexo’, com a
construção do Atlas da Capoeiragem no Piauí…
Vamos emk
frente:
Atlas da
Capoeiragem no Piauí
Mestre
Baé
Leopoldo
Gil Dulcio Vaz
1757 encontrada primeira associação
da palavra capoeira enquanto gaiola grande, significando prisão para guardar
malfeitores. (OLIVEIRA, 1971, citado por ARAÚJO, 1997, p. 5) [1]. Carta de
Mendonça Furtado a seu irmão, o Marques de Pombal – datada de 13 de junho de
1757[2]. Francisco Xavier de Mendonça Furtado
(1700 — 1769) foi um administrador
colonial português. Irmão do Marquês
de Pombal e de Paulo
António de Carvalho e Mendonça. Foi governador geral do Estado
do Grão-Pará e Maranhão de 1751
a 1759 e secretário
de Estado da Marinha e do Ultramar entre 1760 e 1769. Nesse período, o Piauí fazia
parte do Estado Colonia do Maranhão e Grão-Pará.
1836 nascimento de José Basson de
Miranda Osório, em Parnaíba a 17 de novembro de 1836, faleceu a 17 de abril
de 1903, na Estação de Matias Barbosa, Estado de Minas Gerais. Cursou
humanidades no tradicional Colégio Pedro II, no Rio de Janeiro, seguindo para
São Paulo e ingressando na Faculdade de Direito. Filho do Coronel José
Francisco de Miranda Ozório, um dos chefes emancipacionista do Piauí
no movimento parnaibano de 19 de outubro de 1822, Comandante das forças
legalistas na guerra dos Balaios e um dos raros monarquistas brasileiros a
resistir ao golpe republicano de 1889. Ocupou dentre outros, os seguintes
cargos: Inspetor, Tesoureiro da Alfândega, Promotor e Prefeito de Parnaíba,
Deputado Provincial e Vice-Presidente da Província do Piauí por longos anos,
Presidente da Província da Paraíba, Inspetor da Alfândega do Pará e do Ceará,
Chefe de Polícia da Capital do Império. Perito na arte da capoeira[3].
1874 Jornal ‘O Papiro”, periódico
literário, de Teresina-PI, edição de 9 de julho, em “Reminiscências Infantis”
escrevia Lívio Druso[4]:
1878/1884 no jornal “A Época”, órgão
conservador, se encontram referencias sobre ‘capoeira’, nem sempre relacionadas
com capoeiristas e capoeiragem, tratando de fatos e intrigas da política local,
dos interiores do Piauí, sempre que se queria denegrir alguém, se lhe referia
como “capoeira”. [5]
1880 Jornal A Época, 7 de maio de
1880, referia sobre alguns queixosos sobre a atuação do Juiz e das tropas
regulares em Jaicó, identifica o Juiz como um cínico, afirmando ‘Que
capoeira? Como sabe ser estupidamente cínico.’ [6]
1883 Jornal A Época, edição de 22 de
setembro de 1883; o articulista identifica o Dr. Basson como ‘capoeira’, [José
Basson de Miranda Osório foi Inspetor, Tesoureiro da Alfândega, Promotor
e Prefeito de Parnaíba, Deputado Provincial e Vice-Presidente da Província do
Piauí por longos anos, Presidente da Província da Paraíba, Inspetor da
Alfândega do Pará e do Ceará, Chefe de Polícia da Capital do Império. (PASSOS,
1982)] [7] e utiliza outro termo para identificar os
praticantes da arte da capoeiragem: caceteiro. [8]
1907/1912 Jornal “O Apóstolo” a partir de
outubro se refere à capoeira, mas como mato, necessitando de a cidade ser
remodelada, eliminando-se “essas capoeiras”, em críticas à proposta do novo
Governador de ajardinar a cidade. Outros, a terrenos pertencentes a alguém, e
que estaria sendo invadido. Mas há referencia também à prática da “capoeira”
enquanto arte-luta:
1954 nascimento de José Carlos de
Lima (Mestre Zé Carlos), nascido no dia 06/11/1954 em Teresina,
conhecido inicialmente como Mestre Bimba, tendo que mudar de apelido devido a
coincidência com um dos mais famosos mestres da história da capoeira no Brasil,
é funcionário público e iniciou na capoeira no ano de 1976, em Feira de
Santana, retornando ao Piauí em 1977, onde se manteve até hoje ensinando e
divulgando a capoeira. Reside à rua Ivan Messias Melo, nº 554, bairro Cristo
Rei. Se destacou pela forma plástica e de bastante leveza com que jogava
capoeira, acompanhado de mais dois irmãos, em especial com apresentações no
carnaval de escolas de samba do Piauí, nas décadas de 1970 e 1980, bem como em
escolas públicas, além de ser pioneiro na difusão da capoeira na imprensa
televisiva, exibindo-se em programas de auditórios e reportagens ao vivo. [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1957 nascimento de Inocêncio de
Carvalho Neto (Mestre Caramurú), natural da localidade de Betúlia,
no município de Simplício Mendes, Piauí. Nasceu em 18/08, residente em um
Chalé, na Rua Beira Mara, 1666, Bairro Beira Mar, Luiz Correia-PI. Exerce a
função de Marceneiro, sendo Microempresário de uma pequena fábrica de
marcenaria. É Mestre de Capoeira da Associação Cultural Lua Nova de Capoeira,
ministrando aulas numa academia própria que montou num galpão que adquiriu, ao
qual pretende construir, nos fundos, sua própria residência. É poeta e escritor,
tendo seu nome e uma pequena biografia registrada no Dicionário de Poetas
Piauienses Contemporâneos. Possuí vasta experiência na Capoeira com viagens a
vários estados do Brasil, em espacial Goiás, Brasília, Pernambuco e Rio de
Janeiro. [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1962 nascimento de José Gualberto
da Silva Neto (Mestre Tucano), nascido em Teresina-PI em 07/08/1962,
tem 32 deles dedicados à prática efetiva da capoeira, iniciada no ano de 1978
em Teresina, pelos ensinamentos do professor carioca Paulo Capoeira, um dos
pioneiros do ensino da capoeira por aqui, com aulas às segundas, quartas e
sextas-feiras no Clube do SESC, na Ilhotas. Possui vasta experiência
conquistada pela inserção e participação em eventos de capoeira pelo Brasil e
viagens internacionais, organizando eventos de capoeira e participando de
encontros promovidos por outros mestres de capoeira. É professor de Educação
Física, pela UFPI, com Especialização em Esportes e Saúde, também pela UFPI,
exercendo sua função de professor efetivo da Secretaria Estadual de Educação
(SEDUC), na APAE, Escola Consuelo Pinheiro, localizada no Bairro Cabral, zona
norte da cidade, desenvolvendo atividades de esportes, artístico-culturais e de
capoeira com crianças e jovens surdas e portadoras de dificuldades mentais
leves, a mais de 20 anos. Reside à Rua Dr. Arêa Leão, 1082, Bairro Mafuá, em
Teresina e desenvolve trabalho de capoeira na Casa da Cultura (Prefeitura
Municipal), no centro da cidade, às terças e quintas feiras, e no Colégio Alceu
Brandão (SEDUC), zona sul, aos sábados e domingos. É Mestre de capoeira pela
Associação Cultural Raízes do Brasil e ajudou a fundar a primeira associação
legalmente constituída do Piauí, a Associação Esportiva, Cultural e
Filantrópica Quilombo Capoeira, no dia 12 de outubro de 1984. [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1963 nascimento de Mestre
Chocolate, nascido em Teresina-PI, no dia 26/09/1963, tem 48 anos, reside
em Caracas na Venezuela onde desenvolve trabalhos com capoeira e cultura
brasileira em várias instituições culturais, sociais e educacionais naquele
país. Iniciou na capoeira no ano de 1978, com o Mestre Tucano, seu irmão. Foi
um dos precursores, ao lado do Mestre Tucano, da capoeira nas escolas de
Teresina-PI. Logo cedo partiu para São Paulo e depois ao Rio de Janeiro,
treinando e ensinado capoeira ao lado de renomados mestres dessa arte, retornando
a Teresina, onde passou breve temporada, seguindo para Caracas, capital da
Venezuela, desenvolvendo sua capoeira e criando a Associação Humaitá – celeiro
de bambas. [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1966 o mestre baiano Washington Bruno
da Silva (Canjiquinha) faz suas exibições fora do Estado da Bahia, destacando
exibição em Teresina-PI [Rego, 1968, p. 277 – Capoeiras Famosos e seu
Comportamento na Comunidade Social”]
1969
Mestre Caramurú
(reconhecido no universo da capoeira como o pioneiro dessa cultura no Piauí)
chegou a Teresina no ano de 1969, iniciando na prática da capoeira no ano de
1970, pelos ensinamentos de um primo oriundo de Salvador-BA, chamado
Washington, que veio morar na Via Militar, no bairro Marquês, zona norte da
cidade, mais precisamente no Clube do Marquês, clube dos oficiais do Exército
do Piauí. Mestre Caramurú fala de seu início na capoeira:
Quando
esse primo nosso chegou, ele chegou pela manhã e já fez aquela cara de descolado,
morava na capital Salvador, outra vivência, outra coisa, então ele chegou em
casa e já foi logo andando na rua, queria saber onde eu estava, qual o colégio
e tudo mais, e ele já foi logo me pegar no colégio. Na estrada ele já vinha
dizendo que fazia capoeira em Salvador, e foi uma coisa que me fascinou, a
tarde a gente brincando em um campo no Marquês, que na época era um campo
enorme, de chão batido, não tinha praça, os circos vinham e ficavam lá
acampados. A gente ficava lá brincando de bola, e lá rolou o primeiro “au” que
eu vi, um “au”, uma “benção”, uma “armada”, um salto, um “s” dobrado, porque
pra gente, naquele tempo , um “s” dobrado era bonito demais (risos), então aí
começou esse movimento, eu e o Washington, o nome dele era Washington Vieira de
Carvalho, só que ele me ensinou de uma maneira meio drástica, ele me dava muita
pancada, me botava no chão, doía, ralava joelho, ralava cotovelo quando eu
caia, não tinha a manha de cair em queda de rins nem “negativa”, nem
“cocorinha”, aí eu fui aprendendo. Depois de uns dias, a gente brincando, e eu
disse “olha, hoje você não me derruba mais”, um dia de tarde, depois de uma
pelada, tinha suado, fomos jogar, aí eu passei a me embaraçar com ele, de igual
pra igual, aí eu dei umas duas rasteiras seguras nele, ele levantava a perna, e
eu ia por baixo, só que eu entrava no corpo, eu era mais forte do que ele, ele
era maior mais era magro, eu entrava com meu corpo por baixo do dele, empurrava
com as mãos e puxava como se fosse uma baianada, uma alavanca lateral, e por
duas vezes eu consegui derrubar ele, e aí ele disse “ você já aprendeu”. Me
lembro disso como se fosse hoje. Aí começou minha grande audácia de querer
fazer aquilo ali sempre com as pessoas.[…] isso foi no ano de 70, de junho até
julho, ele (seu primo) esteve com a gente até agosto, que eu me lembro que logo
depois do meu aniversário ele foi embora. [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1971 Segundo Mestre Caramurú a
capoeira em Teresina teve início no ano de 1971, enquanto prática realmente
instituída, em local próprio e com o uso de vestimentas características.
Durante o
ano de 70 não, de jeito nenhum, procurei em muitos lugares, eu andava na
Vermelha, tinha uma tia que morava na Vermelha, não tinha, passei a frequentar
o Círculo Militar quando o presidente era o Carlito, não tinha ninguém com
capoeira por lá em 1970, só fui achar uma pessoa pra jogar capoeira em 1971,
isso mais ou menos no carnaval, que era uma pessoa que veio de Fortaleza chamado
Cláudio, que disse que iria retornar e montar um grupo de Capoeira. […] não me
lembro se ele era daqui, ele só veio pra cá, passou alguns meses, inclusive deu
aula, na segunda vez que ele veio ele deu
aula no
SESC, mas isso bem depois, 74, 75 por aí. Ele não veio logo em seguida nesse
tempo que a gente se encontrou no Círculo Militar. (Mestre Caramurú)
– As
primeiras manifestações ficaram a cargo de um pequeno grupo de amigos que se
reuniam para a prática da capoeira, conhecido como “thurma”, que pregavam
a liberdade de expressão e eram representados enquanto intelectuais, se
constituindo numa espécie de grupo fechado, mais atrelado à forma livre de se
manifestarem e conduzirem suas experiências:
Meu nome é Inocêncio de Carvalho Neto, nascido no povoado de Betúria, da
fazenda Malhadinha, uma das fazendas mais antigas do Piauí, tá no mapa de 1970
pra trás, tem um pontinho lá com o nome de “Fazenda Malhadinha”, onde tinham
nove escravos nessa fazenda. Na época, eu me lembro vagamente que eu passei só
três anos com meus pais legítimos, a gente ia lá comer manga, essa manga rosa,
e andar naquele grande porão de pedra que tem lá até hoje, e a coisa que eu
achava muito bonita era um paredão de pedra, a cerca lá era de pedra, feita
pelos escravos. Então logo depois tive que fazer uma cirurgia, minha mãe me deu
pra minha tia, que morava em Floriano, pra fazer essa cirurgia, e a minha tia
gostou muito de mim e não me devolveu mais pra minha mãe (risos), fui criado em
Floriano. Então minha infância foi em Floriano, e em 69 meu pai deixou a firma
onde trabalhava em Floriano e a gente veio morar em Teresina, em dezembro de
1969. Nossa mobília veio toda em um barco e desceu ali onde hoje em dia é o
Troca-Troca em Teresina, aí começamos a morar em Teresina, lá na Rua
Tiradentes, próximo ali a Coelho de Rezende, quase esquina com essa rua, e fui
estudar no Colégio João Costa, se não me engano é ali atrás do Lindolfo
Monteiro, e logo anos depois foi montado o polivalente. Lá no João Costa é que
onde começou praticamente os movimentos de capoeira, veja o porquê: lá tinha a
quadra da LBA, uns dois pés de manga, muito grande, então aquelas pessoas iam
fazer aquela assistência social, aquela coisa toda, e ficavam muitas pessoas
lá, então certo dia recebemos uma carta que dizia que um primo meu de Salvador
iria passar uns três meses com a gente.
[SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1974 Mestre Caramurú inicia um pequeno
grupo de capoeira, denominado de Nova lua de Capoeira, sendo o primeiro
grupo que se tem notícia no Piauí, por volta de 1974, época que coincide com a
chegada de alguns capoeiristas de outros centros que se estabelecem em
Teresina:
O “Lua Nova”, […] foi fundada aí, a raiz dela foi aí, porque primeiro foi “Lua
Nova de Capoeira”, depois, com o tempo, é que pessoas me diziam pra fundar uma
associação com pessoas que tivessem certa importância na área do esporte ou na
área social, daí coloquei como associação, mas não registrada em cartório, não
é a associação mais antiga de Teresina, é o grupo de capoeira mais antigo de
Teresina. Só veio a haver outro grupo fundado por mim, Carlão, Sevilha, Henry,
Paulinho de Tarso, que não é o Paulinho Velho, é o Paulo de Tarso do Rio de
Janeiro, o “Paulo Capoeira”, Luís Bahia, que era o Hippie, o Serginho e o
Ricardinho, que são dois irmãos do Rio de Janeiro, amigos dele que logo depois
vieram pra cá, eram artesãos na época, inclusive me tornei artesão por causa
desses dois irmãos. […] Então, daí em meados de 74 e 75 é que se tem uma
amizade com o Paulo Capoeira, que é igual ao Washington, […] o Washington veio
da Bahia e o Paulo Capoeira veio do Rio de Janeiro. Era soldado do exercito, o
irmão também era cabo, […] Resultado: eles vieram embora pra cá devido a recessões
lá, aquela coisa toda, ficou muito crítica a situação deles, então o Paulinho
veio pra cá, pra casa da avó deles, que ficava no Mafuá, próximo de mim e
próximo de Carlão, aonde eu convivia diariamente, que era a casa do coronel,
pai do Carlão, e a gente criou aquela amizade, aquela coisa toda. O Paulinho
era um eximo capoeirista, malandro do morro, tinha um grupo de capoeira lá no
morro, malandro daqueles de gingar, e fazer gesto de macaquice e tal, fazia do
corpo o que ele queria, praticamente ele era um “negro de mola”, ta entendendo?
Aí a gente começou a treinar, e ele viu que eu tinha potencial, já foi
investindo em mim, “olha, você tem que fazer isso aqui comigo direto, não pode
sair daqui, tem que ter responsabilidade”, e eu não queria ter muita responsabilidade
não.
[SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1975 nas memórias dos mestres, a
capoeira começou a se aproximar da escola ainda no ano e 1975, porém somente
por meio de apresentações pontuais em escolas públicas, sem nenhum vínculo
institucional:
Em 1975 a
gente fez várias apresentações, vou te citar alguns colégios onde a gente se
apresentou: em um colégio na Vermelha, no CSU do Parque Piauí, no colégio da
Ampliação no Parque Piauí, no Demóstenes Avelino, próximo à linha do trem, no
rumo de quem vai descendo na Pires de Castro, fizemos apresentação várias vezes
no Helvídio Nunes, porque a diretora era muito amiga da minha mãe, e ela sempre
pedia pra gente fazer apresentação lá, de 75 em diante, em 78 foi quando eu
zarpei de Teresina, eu viajei mesmo pra não voltar seguidamente. Fizemos também
em um colégio, não me recordo o nome, onde a turma falava “pagou passou”,
próximo à São Benedito, tinha o Colégio São Francisco, no centro, depois da
Igreja São Benedito, apresentamos muito ali também,fica próximo ao Karnak, por
ali. (Mestre Caramurú)
1976
Mestre Marcondes e seus
familiares, e o professor Paulo Capoeira formam uma grande turma de
jovens capoeiristas divulgando assim a arte da capoeira no estado do Piauí. http://culturaeformacao.blogspot.com.br/2011/03/capoeira-no-piaui.html
– Mestre Zé Carlos – nascido
em Teresina a 06/11/1954 – conhecido inicialmente como Mestre Bimba, iniciou-se
na capoeira, em Feira de Santana, retornando ao Piauí em 1977, onde se manteve
até hoje ensinando e divulgando a capoeira:
Eu
comecei a capoeira no Piauí em 1977, quando fui convidado para uma ala no
carnaval por Mario de Araujo Lima, ex-carnavalesco, engenheiro da prefeitura,
falecido, que Deus o tenha em um bom lugar, e com isso começou o movimento da
capoeira no Piauí. Foi se não me engano onde hoje é o atual Bradesco, e eu
cheguei e já existiam pequenos focos de capoeiristas, aqueles que passam um mês
e viajam para o Sul, para São Paulo, e chegam aqui e dizem que são professores
de capoeira (risos), e também semi-analfabetos na área.
– […] O
inicio foi o seguinte: como eu jogava bola todo dia à tarde lá no campo do
Clube do Marquês, a gente queria ficar dentro do clube, mas os oficiais não
deixavam ter essa coisa assim de menino, bagunça de menino. Lá tinha um racha
que era dos oficiais, todo dia de tarde tinha essa pelada deles, e a gente
esperava eles terminarem essa pelada deles lá pelas 18 horas, já tudo escuro,
porque não tinha refletor lá, só tinha uns pés de manga muito grande, a quadra
e o clube do lado, e um portão bem grande de garagem direto pro rumo da quadra.
Então a gente esperava terminar isso aí e ia jogar rapidinho, eu e mais quatro
colegas vizinhos que eu já estava ensinando. Dentro desse primeiro prefácio de
treinamento de capoeira, consegui mais cinco pessoas ao redor do clube, a
molecada de lá mesmo que jogava bola por lá, a gente já era amigo, e de tanto
eles verem a gente treinar eles se interessaram. Ficou mais ou menos oito
pessoas praticando capoeira. (Mestre Caramurú) (Grifos meu) [SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
1977 após haver retornado do Rio de
Janeiro, o capoeirista conhecido como Paulo Capoeira, se estabelece por mais
tempo na cidade, propondo uma melhor organização da capoeira, com a abertura de
turmas, instituindo horários de treinos, seguindo uma determinada metodologia
de ensino e ampliando a difusão dessa arte como uma atividade educativa, capaz
de agregar pessoas de idade, sexo, formação, etnia e classe sociais as mais
diversas, conseguindo, por meio do contato de parentes seus, acesso ao Serviço
Social do Comércio (SESC), que seguindo a política de unidades instaladas em
outros centros, estabelece a capoeira como uma das atividades ofertadas à
comunidade. Se iniciava, assim, uma nova época da capoeira no Piauí,
notadamente marcando o aparecimento de outros capoeiristas que se firmariam como
os mestres e guardiões da capoeira piauiense:
1978 em Teresina, o professor carioca
Paulo Capoeira, dava aulas às segundas, quartas e sextas-feiras no Clube
do SESC, na Ilhotas. [SILVA,
Robson Carlos da]
– Mestre
Tucano – nascido
em Teresina-PI em 07/08/1962 – iniciou na capoeira com o professor carioca
Paulo Capoeira, um dos pioneiros do ensino da capoeira em Teresina.
Bom, eu
iniciei na capoeira mais ou menos na metade de setembro de 1978, acho que pelo
dia 15 ou 16 de setembro desse ano, aqui em Teresina, no Ginásio do SESC, hoje
chamado de SESC Ilhotas, que é o Ginásio de Esportes do SESC Ilhotas, na época
com o professor Paulo Capoeira, em 1978. Então, naquela época, a capoeira em
Teresina não era muito difundida, mas chamava a atenção das pessoas, as pessoas
achavam a capoeira bonita, ela sempre chamou atenção como beleza plástica, pela
sua agilidade, pela sua música, pela sua expressão corporal, porém ela não
tinha uma aceitação muito grande pela sociedade, os movimentos da capoeira eram
bonitos, muito bem praticados, mas a questão é que as pessoas achavam que o
capoeirista não era um sujeito bem quisto, então em 1978, não só aqui como no
Brasil de um modo geral, a capoeira não era muito bem aceita como ela é hoje, e
aqui em Teresina especialmente, porque aqui tem mais de um tipo de preconceito,
além de achar que a capoeira era coisa de quem não tinha o que fazer, era coisa
de drogado, era coisa de gente pobre, era coisa de vagabundo, tinha mais um
preconceito que pesava muito: se você não era baiano, não era bom de capoeira.
Então diziam assim: “ah, é piauiense, se não é baiano então não presta na
capoeira”. A visão que se tinha na época da sociedade piauiense era a seguinte,
o karate tava em alta, nessa época eram muito difundidos os filmes de Bruce
Lee, e tinha toda aquela coisa do kung-fú chegando, o judô ainda não tinha
ainda uma difusão grande, a musculação começava a chegar aqui, a natação estava
no auge… e tudo isso era o que dava status aqui em Teresina, as pessoas não
aceitavam nem o maratonista, quem corria na rua era vaiado. Então era uma
sociedade muito provinciana ainda, e com isso a capoeira não era muito bem
aceita, então nós iniciamos em um período um pouco difícil […]. (Mestre Tucano)
[SILVA,
Robson Carlos da. As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651]
– Mestre
Chocolate – nascido
em Teresina-PI, no dia 26/09/1963 – iniciou na capoeira no ano de 1978, com o
Mestre Tucano, seu irmão:
[…]
depois que ele entrou e começou a praticar capoeira no SESC com Paulo Capoeira,
e depois começamos a treinar e a fazer aula de capoeira com ele e com o
Gladstone, que era um capoeirista que existia no centro da cidade, e nos
reuníamos lá no Pirajá, onde hoje é a UESPI. Todos os dias nos dirigíamos para
aquele lugar, por volta de 4 ou 5 horas da manhã, para treinarmos capoeira.
(Mestre Chocolate) [SILVA,
Robson Carlos da]
– Nessa época (1978), chegou o Paulista
(Mestre Albino), quando a gente tava fazendo roda no SESC, todo domingo
tinha roda, a gente dava aula na terça e no sábado, eram dois dias na semana, e
no domingo fazíamos a roda. E num desses domingos apareceu um paulista lá,
calça de malha e tudo. […] E, nesse tempo, quando aparece o Paulista, alguns
meses depois chegam três irmãos, também lá no SESC, nessas rodas que eu, o
Paulinho e o Deuto estavam fazendo, aí esses três irmãos eram José Francisco,
José de Ribamar e o José Carlos (Mestre Zé Carlos), se não me engano, o outro
moreno, bem menor. […] Zé Carlos veio com esse apelido de Bimba. O Paulinho deu
um descaramento nele, não gostou do apelido dele, porque não era pra ninguém
ter o apelido de “Bimba”, isso na filosofia da gente. […] eles vieram pra estar
com a gente no SESC, o primeiro contato de Bimba, José Carlos e José Francisco
foi no SESC […] assim como o de Albino também foi lá. Só que o Albino ele já
tinha estado comigo no Marquês, porque a mãe dele morava ali próxima a
Primavera, tava começando esse bairro, pouquíssimas casas por lá […]. (Mestre
Caramurú)
– Outro nome que merece destaque
neste período, podendo ser apontado sua inserção na história da capoeira do
Piauí é um professor da Escola Federal do Piauí, identificado como Mestre
Marcondes, porém sem conseguir notoriedade, nem tampouco um reconhecimento
unânime entre os praticantes dessa arte. Sua presença é apontada quase sempre
enquanto referência por sua oportunidade de conhecer e praticar capoeira em
Brasília, notadamente com alguns mestres de renome, tais como Adilson e Tabosa,
sem, no entanto, maior influência na capoeira praticada em Teresina:
[…] foi
mais ou menos em 74, 75, nesses meados aí, que a gente já tinha bastante
informação, já jogava bastante, já fazia roda,lá no colégio João Costa, depois
me mudei pro João Clímaco, e já tinha roda de capoeira porque era eu que fazia,
e depois foi que fui conhecer o Marcondes através de um grande amigo meu que
era goleiro, o Madeirinha, jogava ali naquela pracinha em frente a aquela
penitenciária, que hoje não existe mais.[…] E ele veio pra morar, a família
dele veio morar ali, acho que ainda hoje ta do mesmo jeito, com aquela calçada
alta, então a gente se conheceu assim, porque eu jogava capoeira, e falaram
“olha eu também jogo capoeira e tal” foi quando eu conheci Leal, quando eu
conheci finado Zé Maria, quando conheci a turma ali do Pó de Arroz, o pessoal
do Fluminense, aquela coisa toda, jogava no Bariri, foi nessa época que eu
conheci ele. Mas ele chegava assim: “sou professor“. Era contramestre. (Mestre Caramurú)
1979 alguns dos capoeiristas que se
iniciaram no SESC, começam a se organizar em torno de seus próprios alunos,
fundando os primeiros grupos organizados do Piauí. Neste período, a capoeira
passa a ser conhecida e difundida, seguindo por várias dimensões diferentes,
muitos encontros e desencontros, surgindo outras pessoas que marcariam sua
presença de forma significativa neste processo.
– Os já
conhecidos Zé Carlos e Albino seguem cada qual na formação de seu grupo,
seguindo o mesmo caminho os irmãos Tucano e Chocolate, além de outros
capoeiristas oriundos do SESC, tais como Valtinho e seu irmão John Grandão. São
estes grupos que trarão uma nova roupagem à capoeira, fundando verdadeiras
escolas de capoeira, formando discípulos e proporcionando a abertura de novas
possibilidades para esta cultura em Teresina, inclusive ampliando seus espaços
de atuação para fora do estado.
– Mestre
Zé Carlos que forma o grupo Irmão Unidos, desenvolvendo suas
atividades no bairro Piçarra, na zona sul da cidade;
– Mestre
Albino funda o grupo Escravos Brancos, no Centro Social Urbano da
primavera (CSU Primavera), zona norte da cidade;
– Mestres
Tucano e Chocolate fundam o grupo Palmares, no Centro de
Treinamentos do Pirajá, no bairro Matinha, na zona norte de Teresina; e
– John
Grandão, juntamente com seu irmão Valtinho, iniciam o grupo Nova
Lua, no bairro Cabral, também na zona norte de Teresina.
– A
chegada da capoeira às escolas de Teresina se dá de forma efetiva, mais
precisamente a partir da segunda metade do ano, quando os capoeiristas, em
busca de espaço para treinar, decidem utilizar os espaços vazios, aos finais de
semanas, das escolas públicas de Teresina, grandes pátios e quadras de esportes
que ficavam fechadas sem nenhuma utilização pela comunidade próxima ou distante
do entorno destas escolas.
Então ser
aceito na escola era mais difícil ainda, mas como, em alguns casos já tínhamos
estudado nas escolas e as diretoras nos conheciam elas autorizavam. O
complicado era o vigia abrir os portões. Não foram raras as vezes que tivemos
de pular os portões, pois o vigia fechava e ia embora. Nossa experiência mais
importante foi no Colégio Benjamin Baptista, o Polivalente, pois conseguimos
montar um grupo grande de praticantes e que foi base para os capoeiristas que
continuaram a tradição da capoeira em Teresina; continuaram treinando,
acompanharam a evolução da capoeira, alguns pararam, como Monteiro, Edson, este
sobrinho do mestre Marcondes, um dos pioneiros da capoeira no Piauí; outros se
formaram e hoje são mestres, como Bobby e Chocolate. Quando íamos solicitar
autorização para treinar capoeira na escola, a diretora fazia sempre algumas
exigências, tais como: somente utilizar o pátio e a quadra; evitar andar pelos
corredores, salas e outras dependências; manter a escola limpa e segura, pois
era proibida a entrada de quem não fosse treinar; permitir que os alunos da
escola participassem do grupo. Aí, ainda era comum a gente fazer apresentações
na escola, no recreio, quando tinha alguma festa, ou torneios de esportes, que
naquele tempo envolviam toda a escola e outras escolas. Também, como já disse,
nós mesmos estudávamos na escola e já tinha um vínculo com os professores, a
diretora e os outros alunos; isso facilitava muito a aceitação da capoeira,
pois a diretora sabia a quem estava entregando a escola. Assim, sempre tinha
alunos da escola treinando. (Grifos meu). (Mestre Tucano)
1980 um grupo de jovens capoeiristas
formaram o grupo Quilombo Capoeira, formado pelos irmãos Tucano, Bobby e
Chocolate, além do professor John Grandão, que levaram a capoeira em todos os
locais públicos, instituições privadas e os mais diversos locais onde a
capoeira pudesse ser aplicada, desenvolvida e conhecida pelo público em geral. http://culturaeformacao.blogspot.com.br/2011/03/capoeira-no-piaui.html
–
destacam-se nomes como Mestre Albino, Mestre Traíra, professor Alberto,
Mestre Deuton, dentre outros. http://culturaeformacao.blogspot.com.br/2011/03/capoeira-no-piaui.html
– Mestre
Albino procurou e manteve contato com Tucano e Chocolate, indo ao Pirajá em
busca de informações sobre a capoeira que lá se fazia. Aconteceu, assim, um dos
contatos que contribuiu para o surgimento de uma nova época na capoeira do
Piauí, que seria o encontro efetivo dos grupos, promovendo um significativo
intercâmbio entre as escolas dessa cultura, além do fortalecimento dos grupos,
não esquecendo do clima de rivalidade que a partir de então fica mais evidente,
favorecido pelo próprio encontro destas pessoas e de suas concepções.
– Nos
anos 80, a capoeira no Piauí teve um grande crescimento sendo conhecida a
nível nacional e internacional, revelando grandes talentos, com participação em
encontros nacionais, internacionais, shows, cursos, JEBs, JUBs, participação de
pessoas portadoras de deficiência, consolidando-se definitivamente nos anos 90
até os dias atuais. http://culturaeformacao.blogspot.com.br/2011/03/capoeira-no-piaui.html
– jornal
“O Estado”, com data provável do dia 28/12/1980, assinada pelo jornalista
Kenard Cruel, com o título “Praticantes de Capoeira pedem apoio ao Governo”, na
qual era chamada a atenção para um grupo de capoeiristas que procuravam
despertar nas autoridades políticas, empresariais e da sociedade em geral sobre
as dificuldades em se organizarem e a necessidade de serem reconhecidos
enquanto grupo representativo dessa cultura, no sentido de realizar eventos em
Teresina e participar dos eventos nos grandes centros em que essa arte tinha um
desenvolvimento consistente.
1981 e se estendendo até a segunda
metade da década de 1980, algumas destas pessoas começam a se encontrar,
trocando ideias, visitando os espaços de treinamento e fortalecendo os laços no
sentido de melhor organizar a capoeira, surgindo daí os grandes grupos de
capoeira, que conseguem arregimentar significativa parcela de alunos, atraindo
a atenção da imprensa e despertando nas autoridades o efetivo interesse nessa
cultura, identificando seu potencial educativo e cultural. Neste período,
acontece também a saída de cena dos capoeiristas que iniciaram o movimento do
SESC, alguns voltando a seu estado de origem, como Paulo Capoeira (Paulinho)
que retorna ao Rio de Janeiro, “[…] aí o Paulinho disse ‘estou indo embora, não
vou demorar muito, mas você fica aqui com a rapaziada e tudo mais’ […]” (Mestre
Caramurú); outros acabam viajando para fora do estado e retornam envolvidos com
outras atividades ou, como é o caso de mestre Caramurú, que se afasta em longas
viagens pelo Brasil e, ao retornar, se casa e segue trabalhando a capoeira,
porém em outras cidades.
– Mestre
Chocolate conta de forma pormenorizada alguns desses acontecimentos:
Depois
veio o Bozó, no Pirajá, que é onde fica a UESPI, com o Quinzinho,
com o Monteiro, e nesse período veio o Bobby, que se entrosou
depois, o Zé Almeida, e nessa trajetória encontramos em Teresina um
aluno de Mestre Pastinha, que ele se dizia ser desertor da Marinha nessa época
e estava viajando pelo Brasil. Ele era um cara que vivia na periferia da
cidade, na ponte do Rio Parnaíba. Em troca de levarmos comida pra ele,
conversava e tal, ele traçou alguns treinamentos pra gente. Ele era conhecido
como Mariano, e foi o primeiro contato que tivemos com um professor da
Bahia, que era aluno do Pastinha da capoeira de Angola. Depois de um
determinado tempo encontramos um pessoal do Mercado Modelo, que vieram fazer
uma apresentação aqui, que foi o Cacau e o Coringa, e a gente
começou a ter um contato com esses caras por um período, falava, se comunicava
e tal, e mais pra frente tivemos contatos com o Paulão do Ceará,
começamos a viajar pro Ceará pra fazer roda, encontrar as pessoas e encontramos
o Paulão, que era do grupo Senzala, comandado pelo Camisa, do Rio de Janeiro.
Lá em Fortaleza conhecemos o Paulão e seus alunos, que eram o Dingo, Dunga,
Gamela,
Araminho, Querido, Pica-pau, muitos alunos dele.
1983 vinda do Mestre Guarulhos, de
São Paulo, mestre filiado à Federação Paulista de Capoeira, essa, por sua vez,
filiada à Confederação Brasileira de Pugilismo, com o propósito de visitar
familiares, levando Mestre Albino a enxergar ali uma oportunidade única de
promover o que considerava um antigo sonho seu, criar a Federação Piauiense de
Capoeira e se candidatar a presidente, alcançando, em sua concepção, a
liderança dos capoeiristas do Piauí.
– Primeiro
Batizado de Capoeira de Teresina, sob coordenação do mestre Guarulhos,
reunindo significativa parcela dos capoeiristas em atividade naquela ocasião,
porém não conseguindo o consenso entre estes. Seu objetivo era efetivar a
graduação de todo o pessoal, concedendo o grau de professor de capoeira para
alguns capoeiristas que desenvolviam atividades frente a seus grupos e, para os
considerados pioneiros e fundadores da capoeira no Piauí, o grau de mestre,
tudo conforme as normas oficiais da Federação Paulista de Capoeira, inclusive
com a entrega dos certificados, devidamente carimbados e assinados por mestre
Guarulhos, ficando decidido a seguinte relação dos que seriam mestres: Albino, John
Grandão, Tucano, Chocolate, Bobby e Monteiro.
Não houve
um consenso porque queriam nos impor uma sistematização e critérios que não
tinha nada haver com nossa história. Neste período não tínhamos graduação, mas
seguir as da Federação, sem critérios e ficar dependente da decisão do Albino,
não dava.” (Mestre Tucano), e muita gente que naquele período dava aula ficou
de fora, alguns não aceitando o convite para participar do evento e outros nem
mesmo sendo lembrados, visto que “O Alberto, conhecido como Beto, começou a dar
aulas no Jockey ainda no início dos anos oitenta e mesmo não sendo convidado
foi lá e ainda distribuiu uns certificados de curso de extensão em capoeira,
ministrado por ele, da Universidade Federal. O pessoal do Monte Castelo, que
estavam se chegando ao nosso grupo, também nem foram chamados, nem o pessoal do
grupo Mocambo, o Zumba e o Baixinho. Ai acabou que a gente discordou e
resolvemos não participar, ou seja, fomos pro evento, tocamos, participamos da
roda, mas não aceitamos a graduação, nem o diploma de mestre ou de professor.
(Mestre Chocolate)
1984 12 de outubro primeira
associação legalmente constituída do Piauí, a Associação Esportiva, Cultural
e Filantrópica Quilombo Capoeira. Extrato publicado no Diário Oficial do
Estado do Piauí, ano LIV, n. 09, 96º da República, em 16 de janeiro de 1985.
– De
acordo com relato feito na Ata de criação da Associação Quilombo Capoeira,
registrada no dia 12/10/1984, na academia Lumasa, antiga academia de musculação
de Teresina, o grupo Quilombo teve como principal objetivo reunir capoeiristas
de vários grupos, dispostos a pensar e trabalhar em comum pelo crescimento da
capoeira no Piauí, por sua divulgação e prática, o que de fato ocorreu como
fica evidente por meio da descrição das pessoas presentes neste momento, alguns
dos quais já comandavam seus próprios grupos com bastante significância nesse
universo, outros se encontravam praticando capoeira sem nenhuma orientação,
somente seguindo aspectos que aprenderam de encontros aleatórios, desejando, a
partir da associação a um grupo organizado, se atualizarem e se adaptarem aos
novos rumos que tomava a capoeira no Piauí.
– Joaquim
Gutenberg, conhecido na capoeira como Quinzinho recorda aquele período:
Eu me
recordo daquele tempo, porque fui eu quem foi despertar a atenção dos meninos.
Como morava e tinha amizade muito próxima ao Monteiro, ouvi ele comentar que o
Albino estava organizando a Federação, já com toda a papelada em ordem e iria
criar a Federação, sendo presidente. E quem não fosse filiado teria de parar de
dar aulas, pois seria exigência para quem quisesse dá aulas ser filiado à
Federação, além de padronizar o uso de cordéis, que era a graduação, com as
cores da bandeira do Brasil e cordas trançadas. Então, fui correndo à casa do
Zé (Tucano), Roberto (Chocolate) e do Bobby, além de avisarmos o John e o
Thomas (Rapadura). Então foi daí que saiu a ideia de criarmos uma associação,
legal mesmo e reconhecida. Inclusive fomos até Fortaleza e lá procuramos o
Canário que nos recebeu muito bem e falou que não tinha essa pressão, que
Federação não pode impedir ninguém de dar aulas. Na verdade, todos éramos
jovens, a maioria estudante, sem muita experiência sobre estas coisas. Mas no
final, aconteceu tudo normal, o Albino fundou a Federação, nós criamos nossa
associação, e cada qual seguiu seu rumo. (Quinzinho).
1985 jornal O Dia, edição do dia
15/03/1985, na página 09, por meio de uma reportagem que trazia informações a
respeito do primeiro curso de capoeira organizado em Teresina, numa
promoção da Associação Quilombo Capoeira e que seria realizado nos dias 18 a 22
de março daquele ano de 1985.
– 19 de outubro fundado o grupo
Mocambo, pelo professor Zumba, que destaca entre outros componentes,
Palmeira, Jabiraca, Pajé.
1986 jornal O Dia, 11/01/1986, título
é “Capoeira teve atividades importantes no ano passado”, trazendo em seu corpo
um apanhado das principais atividades desenvolvidas por diversos grupos de
capoeira de Teresina e ressaltando o crescimento e expansão de sua prática no
Piauí. A matéria destaca os principais líderes da capoeira (Sob a liderança de
José Gualberto/Tucano, John, Robson Bobby e Roberto Dídio/Chocolate […]) que
seguem trabalhando de forma efetiva para sua valorização e melhoria técnica de
seus praticantes (Quatro viagens a Fortaleza, visando maior aprimoramento
técnico com consagrados professores da capital alencarina), corroborando a
opção que tive na escolha dos mestres que foram entrevistados no corpo dessa
pesquisa, tais como os mestres Tucano e Chocolate; destaca, ainda, a criação de
novos grupos de capoeira, assim como o processo de institucionalização destes
em associações (Fundação de três associações, aumentando, oficialmente, o
número de adeptos e praticantes: Quilombo Capoeira, Palmares Capoeira e Engenho
Bantos Capoeira), aliado ao planejamento de novas atividades para o ano de 1986
(Agora, para a temporada de 1986, todos os esforços já começam a ser feitos, a
fim de que o número de atividades seja bem maior, expandindo-se mais ainda a
capoeira pelo território piauiense).
1987 “Jornal Aliás”, produzido pelos
alunos do Colégio Geo-Trópicos, tendo por editor Wellington Soares, cujas
matérias eram propostas e produzidas pelos próprios alunos, (SOARES, 1987, p.
01). A edição número três, de maio de 1987, trouxe uma matéria com o título “A
Capoeira e o preconceito”, escrita pelo aluno do terceiro ano científico Delson
Lustosa de Figueiredo, que à época havia iniciado a prática da capoeira com
o professor John Grandão, do grupo Senzala, em Teresina. Traz como única alusão
à capoeira no Piauí a passagem citada: “[…]. Em Teresina, o Grupo Senzala é
liderado por professores competentes que, através dos seus trabalhos, a
capoeira do Piauí está sendo reconhecida e bem vista em todas as outras
academias do grupo senzala no país. Já tivemos a oportunidade de trazer o
mestre Camisa à Teresina, quando entramos para o grupo e teremos a honra de
contar com sua presença mais uma vez juntamente com os melhores capoeiristas do
Brasil, em novembro para o 3º BATIZADO DE CAPOEIRA DO GRUPO SENZALA DO PIAUÍ.
(FIGUEIREDO, 1987, p. 02. Destaque do autor). [SILVA,
Robson Carlos da]
1990 Roda de Rua 7 de setembro,
Teresina ano 1990 jogo duro (Boquinha Raiz do Brasil); Capoeiristas jogando
Baú, Cobra preta, Paulinho Velho,Tucano, Paulo Urubu, Urubutinga, Mineral,
Boby, Carnaúba, Dureza, John Grandão, Mandioca, Piva, Touro, Fofão, Boquinha,
Waguener. https://www.youtube.com/watch?v=Z-mIyTWU1gg
1991 revista “Impacto” de número n.
12 do ano de 1991, trouxe uma matéria com o título “Capoeira: arte ou
violência”, realizada e produzida por Soraia Cristina, que se incumbiu de
contatar por telefone e acertar as entrevistas com os mestres à frente dos
grupos de capoeira que se mais destacavam no período de realização da
reportagem, levando em consideração aqueles com maior visibilidade na mídia,
bem como de levantamento prévio mantido com pessoas da área do esporte e da
cultura que indicaram, a partir de conhecimento e convivência frequente em
eventos e acontecimentos sociais, quais os mestres mais atuantes e que
promoviam a prática dessa cultura em Teresina. Assim sendo, foi mantido contato
com o mestre Bobby (Robson Carlos da Silva), na época um dos componentes
do grupo Senzala, desenvolvendo trabalho no clube do SESC e coordenando outros
trabalhos em escolas particulares (Pituchinha, Cavalinho Azul, Sintagma etc),
além da escola pública João Soares no Monte Castelo, bairro da zona sul da
cidade. Também foi procurado o professor Zumba (Raimundo Nonato) que se
destacava com trabalho junto ao grupo Mocambo, desenvolvendo suas atividades no
bairro Mocambinho, um dos maiores bairros da zona norte da cidade e alcançando êxito
no processo de escolarização da capoeira naquele entorno social, promovendo a
prática da cultura em escolas públicas, centros paroquiais e clubes sociais de
esporte e lazer, em especial no “Clube do Manoelzinho”, uma das mais
tradicionais casas de festas e shows daquele bairro no período destacado. O
texto da reportagem ressalta a existência já na década de 1990 de vários grupos
de capoeira em Teresina apontando o grupo Senzala e o grupo Mocambo como
destaques, como fica evidente nas palavras da autora do texto: “Atualmente
em Teresina existem vários grupos, sendo que cada um tem sua história
diferente, mais (sic) basicamente a mesma origem e seguimento. O grupo Senzala
por exemplo, que foi fundado pelo famoso mestre-camisa (sic) tem vários grupos
em bairros de Teresina e cidades do interior, aparecendo como destaque na lista
de componentes, Bob, Grandão, Tucano, Paulinho Velho. […] Outro grupo que tem
se destacado, inclusive como um dos melhores do Piauí, é o grupo Mocambo,
fundado em 19 de outubro de 1985 e tem como fundador o professor Zumba, que
destaca entre outros componentes, Palmeira, Jabiraca, Pajé, dentre outros.
(IMPACTO, 1991, p. 07). (grifo meu). [SILVA,
Robson Carlos da]
– […] a Federação que atualmente
está sendo organizada pelo professor Albino, é totalmente
descaracterizada, pois até agora em termos práticos não trouxe benefícios,
restringindo-se somente em campeonatos que favorece aos despeitos que se
assenta gradativamente entre os grupos, não existindo sequer, entrosamento em
termos organizativo e sistemático. (IMPACTO, 1991, p. 09). [Trata-se do mestre
Albino e o grupo Escravos Brancos] [SILVA,
Robson Carlos da]
1996 Revista Bugaloo – número 08
junho/julho, editada pela Point Editoração e vendida em bancas de revistas, com
abrangência em vários estados do nordeste, tais como Maranhão, Ceará, Rio
Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Piauí. Período em que a capoeira já esta
institucionalizada de forma mais efetiva em Teresina com os grandes grupos de
capoeira, na realidade segmentos que se filiavam a um grupo de grande
relevância e visibilidade no mundo da capoeira, comandado por um mestre,
também, de renome e trabalho valorizado, notabilizado por uma significativa
parcela de seguidores e várias filiais espalhadas pelo país e pelo exterior, os
quais podem ser identificados como grupo-empresa. O texto, com o título de “IÊ,
Viva a Capoeira, Camará”, é assinado por Fátima Guimarães e centra seu foco no
que ela denomina de “época de transformações” em que a capoeira no Piauí, por
meio dos trabalhos dos mestres e seus grupos, começa a colher bons resultados,
ilustrando e justificando esse desenvolvimento com os grandes eventos de
capoeira organizados em Teresina, notadamente pelos grupos que se destacam pela
proporção de suas atividades e os espaços que ocupam na sociedade piauiense e
em especial ao grupo Abadá Capoeira, cujos coordenadores se
responsabilizam pelo evento que a autora do texto se propõe descrever e tecer
comentários elogiosos. [SILVA,
Robson Carlos da]
– Nos
dias 13, 14 e 15/06/96, Teresina gingou ao som de birimbaus (sic) e acordou com
o som dos atabaques […] A cidade começa a ter uma visão diferente na
quinta-feira dia, 13/06, onde um aulão de capoeira foi realizado em frente à
Assembleia. Era um gingado só. Ao lado da avenida não havia distinção de raça,
cor, classe social ou profissão. Eram 17:30 e o sol aproveitava para
reverenciar os capoeiristas. […]. “O objetivo da aulão é divulgar a capoeira e
mostrar que ele pode ser praticada por qualquer pessoa e em qualquer lugar”
como afirma o instrutor Bob. […]. [Revista Bugaloo – número 08 junho/julho]
–
sexta-feira dia, 14/06, foi realizado o Festival de Cantigas de Capoeira
no Ginásio do Sesc, com premiações de 1º, 2º e 3º lugares. As participações
foram diversas, em (sic) aos capoeiristas visitantes registramos a presença de:
Morcêgo (Mestrando) do Rio de Janeiro, Edinho (Professor) de Brasília, Papagaio
(Instrutor) de Recife; somados com alunos e graduados de Juazeiro (Ba),
Petrolina (Pe), Fortaleza (Ce), Floriano (Pi), Bélem (Pa) e Açailândia (Ma). A
organização do evento ficou satisfeita com o êxito alcançado. “Para demonstrar
o elevado nível de formação, o grupo Abadá Capoeira – Pi, proporcionou ao
público e aos participantes do evento uma programação variada: toques, samba,
capoeira, maculelê, apresentações e reportagens; além de suprir a necessidade
de se realizar um grande evento de capoeira em Teresina”, comenta o instrutor
Bob. (GUIMARÃES, 1996, p. 12). (grifos meus). [Revista Bugaloo – número 08
junho/julho].
2007 início dos “Jogos Abertos
Capoeira Ginga Piauí”, em comemoração ao Dia da Consciência Negra, 20 de
novembro.
2009 SILVA, Robson Carlos da; CALAND;
Tâmara da Costa Sobral. Inserção, atuação e permanência da mulher nos grupos
de capoeira de Teresina-PI: notas etnográficas. Revista
FSA, Teresina, v.6, n.1, jan./dez. 2009, http://www4.fsanet.com.br/revista/index.php/fsa/article/view/427/206
– SILVA, Robson Carlos da. A capoeira como elemento
de fortalecimento das identidades social e cultural de crianças e jovens na escola.
2010 Rodrigo Batista Maia, Maria do
Carmo de Carvalho e Martins, Cláudio Henrique Lima Rocha, Irapuá Ferreira
Ricarte,Vítor Brito da Silva, David Marcos Emérito de Araújo, Lívia de Barros
Rocha Tolentino e Silva, Moisés Tolentino Bento da Silva. Efeito da Prática
de Capoeira sobre os Parâmetros Cardiovasculares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/5703
2012 SILVA,
Robson Carlos da (Orientador: VASCONCELOS,
Jose Gerardo). As narrativas dos mestres e a história da capoeira em
Teresina/PI: do pé do berimbau aos espaços escolares. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/7651
2013 21 de janeiro criado o Fórum
Estadual de Capoeira do Piauí (FEC/PI) é um espaço democrático e de
articulação estadual que objetiva contribuir para o desenvolvimento da
capoeira.
Missão: Contribuir para o desenvolvimento da capoeira (angola
e regional) enquanto expressão cultural, esportiva e lazer pertencente ao
patrimônio cultural brasileiro. Descrição: Fórum Estadual de Capoeira do
Piauí (FEC-PI) surge do anseio da comunidade capoeirista de criar espaços
democráticos para discussão de questões que dizem respeito a promoção e
valorização da capoeira, seus mestres e praticantes. Tal fato foi
consubstanciado no dia 21 de janeiro de 2013, no Memorial Zumbi dos Palmares,
na ocasião em que ocorreu a “Reunião Ampliada Pró-Fórum Estadual de Capoeira
do Piauí” e reativação da “Federação Piauiense de Capoeira”. O evento
contou com a participação de 34 capoeiristas de 10 entidades de capoeira: 1.
ACTC; 2. Alforria Capoeira; 3. Associação Cultural de Capoeira Escravos
Brancos; 4. Associação Cultural de Capoeira Iê Berimbau;
5. Associação Cultural
de Capoeira Raízes do Brasil;6. Associação Cultural de Capoeira Zumbi; 7.
Confiança Brasil Capoeira; 8. Escola de Capoeira; 9. Ginga Piauí; 10. Grupo
Oscapoeira.
Dentre os
mestres participantes destacaram-se: 1. Mestre Albino; 2. Mestre Corujão; 3.
Mestre Diogo; 4. Mestre Oscar; 5. Mestre Touro; 6. Mestre Ulisses.
Estiveram
presentes a este ato político as seguintes lideranças e praticantes de
capoeira: 1. Aerton Ezequiel Alves; 2. Alan Duarte; 3. Antonio Cardoso da Silva;
4. Antonio Francisco Ramos; 5. Antonio Francisco Ramos; 6. Carlos Henrique
Andrade; 7. Childerico Robson; 8. Cristiano Soares P. da Silva; 9. Denys Lucas
Barros de Freitas; 10. Fabiano Luper; 11. Francisco C. O. Silva; 12. Francisco
de Assis de Deus; 13. Francisco Marciel da Silva; 14. Geni Carlos da Cruz
Barros; 15. Jeovania Evangelista Lima; 16. José Francisco Alves; 17. José
Gonçalves Cordeiro Neto; 18. Luzinan de Sousa e Silva; 19. Marcio Alves da
Silva; 20. Marcio R. Duarte; 21. Maria Eliane Sousa Veras; 22. Natanael Santos
da Costa; 23. Paulo Rogério Cardoso de Sousa; 24. Ricardo Henrique C. e Silva;
25. Robson de Sousa Nascimento; 26. Rogéria Pereira da Cruz Ramos; 27. Rômulo
Thiago de Oliveira Guimarães; 28. Ulisses Soares Ubirajara.
A partir
desse encontro com mestres e representantes das diversas entidades de capoeira,
com atuação em Teresina e noutros municípios Piauienses, deliberou-se a
realização da I Reunião do Fórum Estadual de Capoeira para o dia 04 de
fevereiro de 2013, para se discutir o regimento interno e composição
organizacional para atuarem em prol da capoeira no campo da cultura, desporto e
educação como indutor de políticas públicas e de controle social.
https://www.facebook.com/pages/F%C3%B3rum-Estadual-de-Capoeira-do-Piau%C3%AD/416004545160533?sk=info;
http://forumcapoeirapiaui.webnode.com/nossa-historia/
2014 agosto Encontro Nacional de
Capoeira, realizado em Teresina durante o último final de semana. http://redeglobo.globo.com/pi/redeclube/noticia/2014/08/ge-piaui-destaca-o-encontro-nacional-de-capoeira-realizado-em-teresina.html
– SILVA, Robson Carlos da. A
CAPOEIRA NOS ESPAÇOS UNIVERSITÁRIOS: PRÁTICAS E ESTUDOS. O projeto
desenvolve suas ações na comunidade dos bairros Pirajá e Matinha, do entorno
social à UESPI, tendo como foco crianças e jovens em situação de
vulnerabilidade social, utilizando como instrumento a Capoeira, patrimônio
Cultural Imaterial Brasileiro, oferecendo contextos de desenvolvimento humano
apropriado à formação cidadã destes. As ações envolvem dinâmicas e “conversas
na roda” em que se discute temas referentes aos problemas familiares e sociais
que envolvam crianças e adolescentes, trabalhados por especialistas nas áreas
de saúde, direito, psicologia etc. disponível em http://www.obscriancaeadolescente.gov.br/index.php?view=article&catid=63%3Acat-boas-praticas&id=458%3Auniversidade-estadual-do-piaui-uespi&format=pdf&option=com_content&Itemid=78
– agosto
BERIMBAU DE RENDA é um espaço pensado para fortalecer o movimento de mulheres
capoeiristas. O evento se lança como o 1º Festival de Músicas de Capoeira
direcionado à voz feminina, a ideia é proporcionar uma maior visibilidade e
engajamento das mulheres que cantam e emocionam nas rodas de Capoeira. BERIMBAU
DE RENDA propõe ampliar as possibilidades de cada vez mais nós mulheres
ocuparmos um espaço que também é nosso que por vezes abrimos mão por
insegurança, vergonha ou por não existir um incentivo geral para que o espaço
da mulher na capoeira seja cada vez mais visto e explorado. BERIMBAU DE RENDA
tem um foco no festival de canto, que nessa primeira edição não será
competitiva, porém as músicas participantes deverão ser inéditas, mas não
obrigatoriamente autoral, o evento é também uma plataforma de encontros entre
mulheres capoeiristas, onde toda a essência da capoeira será abordada por meio
de conversas, aulas, rodas e muita música, é claro. BERIMBAU DE RENDA é
inovador e conta com todas e todos os capoeiristas para que seja um evento
lindo, cheio de perfume, cheio de cor e de muito amor pela Capoeira. Fanpage do
evento >>https://www.facebook.com/pages/Berimbau-de-Renda/1449076471988892 Wilena
Weronez (artista autônoma) http://www.revistacapoeira.com.br/2014/02/10/1o-festival-de-musicas-de-capoeira-direcionado-a-voz-feminina-em-piaui/
–
setembro 06 a 07 a cidade de Brasileira vai sediar o Circuito Piauí Norte de
Capoeira Escravos Brancos no Ginásio Poliesportivo. O organizador do evento
Thersandro Meneses, pioneiro no município com a prática de capoeira com o Grupo
Escravos Brancos, garante que vai ser um grande evento “e que é um orgulho para
a nossa cidade, receber grandes nomes da capoeira de todo o Piauí neste
circuito”.
– outubro
10 e 11 a Associação Cultural de Capoeira Raízes do Brasil vai realizar o X
Encontro de Capoeira do Litoral em comemoração aos seus dez anos de existência
em Parnaíba. No evento será realizada troca de cordas, formação de monitores,
batizado. Prestigiará o encontro, mestres e contra mestres e professores de
outros estados. A Capoeira Raízes do Brasil de Parnaíba tem sede na Rua
Benedito dos Santos Lima, 108, no Bairro Pindorama.
[1] ARAÚJO, 1997, obra citada
[4] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio.
CAPOEIRAGEM NO PIAUÍ. Correspondência eletrônica pessoal a Mestre Baé,
21/10/2014
[5] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio.
CAPOEIRAGEM NO PIAUÍ. Correspondência eletrônica pessoal a Mestre Baé,
21/10/2014
[6] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio.
CAPOEIRAGEM NO PIAUÍ. Correspondência eletrônica pessoal a Mestre Baé,
21/10/2014
[7] PASSOS, Caio. Cada rua sua
história. Parnaíba: [s.n.], 1982. citado por , SILVA, Rozenilda Maria de Castro
COMPANHIA DE APRENDIZES MARINHEIROS DO PIAUÍ E A SUA RELAÇÃO COM O COTIDIANO
DA CIDADE DE PARNAÍBA.
[8] VAZ, Leopoldo Gil Dulcio.
CAPOEIRAGEM NO PIAUÍ. Correspondência eletrônica pessoal a Mestre Baé,
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