sexta-feira, 17 de março de 2017

Dolores Cacuango





Dolores Cacuango
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Dolores Cacuango Quilo, conhecida também como Mamá Dolores, (Cayambe, 26 de outubro de 1881 - Yanahayco, 23 de abril de 1971) foi um ativista equatoriana, pioneira no campo da luta pelos direitos dos indígenas e camponeses em seu país, e uma das líderes feministas equatoriana do início do século XX, junto com Tránsito Amaguaña.
Vida pessoal
Nascida em uma fazenda arrendada em Cayambe, na província de Pichincha, um dos diversos assentamentos criados por jesuítas e frades dominicanos, em 26 de outubro de 1881. Filha de Andrea Quilo e de Juan Cacuango, camponeses, Dolores tinha apenas 14 anos quando aconteceu a Revolução Liberal do Equador, também conhecida como Guerra Civil Equatoriana.
Dolores era descendente dos antigos caciques da região e seu sobrenome paterno lhe dava prestígio entre os camponeses. Dois séculos e meio depois do domínio espanhol, os camponeses ainda viviam sob condições de escravidão e trabalhos forçados. Sua família vivia na pobreza, junto dos outros camponeses da região, que herdara muito das referências culturais, identidade e idioma Quíchuas. Foi nessa região e nessa fazenda onde a família trabalhava, que Dolores construiu seu senso crítico que seria valioso para sua luta anos mais tarde.  As poucas fotografias de Dolores a mostram com indumentária indígena completa, algo que por si só já era um ato de extrema bravura, pois os povos nativos eram vítimas de discriminação severa, abusos, despejos e exploração.
Luta pelos indígenas
Dolores militou juntos os ministros da educação, em 1944, culminando com a criação da primeira Federação Equatoriana dos Índios (FEI), com o apoio do Partido Comunista do Equador, que levou à abertura de quatro escolas em zonas rurais, todas bilíngues, ensinando língua quíchua e espanhol. Dolores foi a primeira presidente da federação. As escolas se mantiveram, apesar das dificuldades e da pobreza, mas foram fechadas pela Junta Militar em 1963, por serem consideradas foco de comunismo.

Somos como grãos de quinoa: se estamos sozinhos, o vento nos leva; mas se estamos unidos em um saco, o vento nada faz. O saco oscila, mas não vai nos fazer cair.
Dolores foi bastante perseguida pelos opositores à sua luta. Viu sua casa ser incendiada, rodeada pelos filhos, suas escolas fechadas e seu nome ser manchado por acusações de associação ao comunismo. Seu trabalho na fazenda também a levou a defender abertamente os direitos das mulheres, especialmente as indígenas, geralmente exploradas e maltratadas nas fazendas e no trabalho rural

Morte
Perseguida por sua luta e discursos e a defesa da população rural e indígena, Dolores Cacuango se isolou em seus últimos anos, vivendo na clandestinidade e faleceu em 23 de abril de 1971.

Legado
Seu trabalho foi internacionalmente reconhecido, tendo sido tema de uma exposição na sede da UNESCO, em homenagem do Dia Internacional da Mulher. Várias escolas, organizações não-governamentais e centros universitários foram criados, como a Escola de Formação de Mulheres Líderes Indígenas.

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